Impacto da tecnologia na música é radical, diz estudo.
Projeto brasileiro aponta que computador modificou a música de forma profunda. Transformação também é vista na composição, pois máquina facilita análise de som.
Um projeto realizado por pesquisadores brasileiros indica que o computador modificou a música de forma profunda e definitiva. “Seja como ferramenta para composição, para tratamento de material sonoro, para aprimoramento de técnicas instrumentais tradicionais ou simplesmente como instrumento musical”, diz o estudo, publicado nesta semana pela agência Fapesp.
A presença da máquina, continua, provocou uma alteração radical na concepção da música acústica, escrita em partitura. Isso porque o computador agiliza cálculos e também facilita a análise de sons, de acordo com o projeto “O espaço de composição e performance musical: computador e ambiente acústico”, coordenado pelo professor e compositor Silvio Ferraz Mello Filho, do Departamento de Música da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Com a máquina, é possível fazer a análise do som de um sino, isolar suas componentes e brincar de refazer esse som com uma orquestra sinfônica ou com um quarteto de cordas, por exemplo. Segundo o especialista, esse tipo de possibilidade fez com que as novas tecnologias tivessem implicações muito grandes no modo contemporâneo de compor.
O professor afirmou que, desde o final da década de 60, existe a previsão de que o computador se tornaria uma ferramenta de grande utilidade para os músicos. “Observando o desenvolvimento da música eletroacústica e eletrônica, depois da popularização do computador, verificamos que ele se tornou um instrumento quase que obrigatório. E não se trata apenas de fazer partituras no computador: o músico trabalha de fato com linguagem de programação”, disse à agência Fapesp.
O projeto de pesquisa envolveu diversas instituições do país e gerou mais de 20 teses, dissertações e trabalhos de iniciação científica, além de publicações, concertos, palestras, workshops e interação internacional. Ele foi concebido para atualizar os estudantes da Unicamp sobre novos softwares de performance musical. Uma das ferramentas utilizadas durante seu desenvolvimento foi o software Max/MSP, que permite a transformação de sons em tempo real.
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